quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Sakineh Mohammadi Ashtiani - esta mulher está condenada à morte por apedrejamento em pleno século XXI!
Muitas vezes eu custo a creditar que estas atrocidades ainda aconteçam no mundo em pleno século 21!
Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma mulher de apenas 43 anos, que certamente ainda tem muitos sonhos não realizados, planos ainda não concretizados, muita coisa para ensinar, muita coisa para aprender, filhos para vislumbrar um futuro, netos para ver nascer, e até, quem sabe, alguns grandes amores para viver, uma vida inteira para viver...teria... se já não tivessem traçado o seu destino: ela vai morrer por apedrejamento.
Que crime tão grave esta mulher cometeu?
Segundo o governo iraniano ela é uma criminosa, uma fora-da-lei imunda e que merece a pena a ela imposta.Isso porque ela teria tido relações ilícitas com dois homens após a morte do seu marido...Peraí, após a morte do marido? Exato. Você não entendeu errado e como eu deve estar pensando: então não houve crime algum!Nem de adultério uma vez que a mesma já se encontrava em estado de viuvez...é... mas infelizmente alguns homens de cabeças muito retógradas, ou que se consideram corretos demais para conviverem com o que consideram erros alheios, ou simplesmente se acham acima do bem e do mal para decidirem sobre a vida e a morte dos outros, não pensam desta maneira. Para estes homens, para o governo do Irã, esta mulher merece ser enterrada viva até o pescoço e após isto ser humilhada por todos os presentes recebendo imensas pedradas em sua cabeça até que morra.
Penso o que motivaria tamanha crueldade em uma execução?...
Demonstração de poder?
De autoridade?
De força?
Manuntenção da ordem pública?
Em nome da religião?
Ignorância?
Talvez a última alternativa seja a única que se encaixe no contexto, pois nada, absolutamente nada justifica humilhar intensamente e matar uma pessoa a pedradas sem que ela tenha ferido, molestado, prejudicado a alguém de alguma forma a não ser a ela mesma.
Algumas pessoas tem tanta necessidade de demonstrar poder sobre as outras que me assusta!
Em busca disso passam por cima de sentimentos, de valores, de vidas.Tomam o lugar de Deus, se fazem juízes a seu bel prazer.Julgam, oprimem, humilham, matam.
Estou aqui do outro lado do mundo. Muito distante do país onde esta mulher está presa desde maio de 2006 aguardando que se cumpra sua sentença. Muito distante do apelo do nosso atual Presidente Luis Inácio Lula da Silva, que mesmo sendo chamado pelo governo Iraniano de emotivo e desinformado ousou interceder por ela e oferecer asilo político no Brasil.Muito distante dos filhos dela que mobilizam o mundo inteiro clamando pela vida de sua mãe. Porém não me sinto distante o suficiente deste caso para deixá-lo passar despercebido por mim...Não posso fingir que não ouvi falar dele, que não tomei conhecimento.
O mínimo que eu poderia fazer era demonstrar todo o asco que essa falta de respeito à vida alheia me causa.Me juntar a dor desta mulher e da família dela da maneira que está ao meu calcance fazer. Divulgar, informar, acompanhar e torcer para que o desfecho dessa história não seja tão triste como tem caminhado até agora. Que o valor da vida vença a intolerância, a ignorância, a prepotência, a religiosidade, a ganância por poder.
Posso parecer uma gotinha no oceano mas ainda faço parte da grandiosidade dele e se fico de fora, sou uma gotinha a menos...
Certa vez li uma frase de Gabriel Garcia que me impactou muito. A frase dizia>:"Um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se."
Espero que esta frase cause em você o mesmo efeito que causou em mim.
Espero que ter tomado conhecimento do drama desta mulher cause em você o mesmo efeito que causou em mim.
Espero que isso tudo um dia acabe.
Espero...
Espero...
Espero...
Bjú!
Capitu.
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Capitu,
ResponderExcluirAssim que recebi o email, pedindo para que eu participasse da mobilização, vi a minha chance de poder fazer algo por essa mulher.
Eu, como mulher, futura mãe (quem sabe)e HUMANA, não posso ficar quieta diante dessa crueldade.
Pessoas que usam e ousam dizer que isso faz parte da religião e cultura, para justificar essa barbaridade, não mereciam dormir tranquilamente, ter paz espiritual, não merecem ser chamados de humanos e nem de animais! Os animais não merecem ser comparados com esses monstros!
Me recuso a aceitar que isso possa ser chamado de cultura, religião...
Espero que as futuras gerações, comecem a repudiar determinados conceitos culturais, religiosos, políticos, socias etc. . Só elas podem mudar, aos poucos, coisas do tipo.
Espero que Deus interceda por ela e por aqueles que se encontram na mesma situação. Que Ele possa dar a paz de espírito que ela tanto almeja.
Quem quiser ajudá-la, entre no site abaixo e assine a petição.
https://secure.avaaz.org/po/stop_stoning/?fp
ou
http://avaaz.org/lulasakineh
Não podemos nos calar e precisamos combater barbaridades do tipo!
Assinei a petição on line. Enquanto assinava fui acometida de uma crise maionética (viagem na maionese... Essa legislação baseada em costumes culturais e por que não religiosos, é nompinimo digamos, asqueiroso. Nós de outro continentes, praticantes de outros costumes podemos oferecer um pouco de luz em nome de algo que podemos chamar de direitos humanos. Sem críticas, nem polêmica, creio que devamos refletir um pouco acerca de acontecimentos só pra citar os mais recentes: Caso Bruno, Caso Mércia, quando certas opiniões deixam transparecer "pedradas" tão arcaicas quanto as do Irã... No Caso Bruno é como se a moça chamada por muitos de maria chuteira fosse merecedora da barbaridade que sofreu, num contexto de insanidade coletiva entre amigos que se julgavam intocáveis acreditando que a lei não ousaria incomodar-lhe com a punição, houve muitagente boa honesta e comovida que não deu abertamente razão ao goleiro suposto mandante do crime, mas justificou de certo modo sua atitude julgando a partir do que ele próprio declarava sobre a vítima.
ResponderExcluirdesculpem se faço uma analogia absurda, mas há também pedras entre nós que voam na direção das mulheres e homossexuais como se neles doesse menos ou fossem menos pedras...
Se os fatos da vida não nos fazem agir e feletir, a vida acaba não servindo para muita coisa, assim, pensemos, pois.
Grande abraço, Capitu e parabéns pela divulgação desse caso.